sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sobre o nazi-petismo


No post "A Última do Nazi-Petismo(?)" eu comparei certa propaganda viral que circula na internet, e que tem conteúdos idênticos aos discursos do PT, com as estratégias de propaganda que os nazistas usavam. A identidade está no fato de que o PT, assim como recomendava Joseph Goebbels, mente repetidamente para transformar a mentira em verdade. Certa vez eu escrevi isso numa discussão em lista de e-mail e o meu interlocutor (um geógrafo petista, como são quase todos os geógrafos) se sentiu ofendido. Mas a comparação é perfeitamente justa. Se alguém ainda tiver alguma dúvida disso, basta acompanhar o chamado "escândalo do dossiê dos aloprados".


Relembrando: em 2006, dois petistas foram presos pela polícia federal com mais de 1,7 milhões de reais em dinheiro vivo. A quantia seria dada a um empresário em troca de um dossiê fajuto que serviria para associar José Serra e Geraldo Alckmin à máfia das ambulâncias. E ainda havia outros petistas envolvidos nas conversações com o empresário, embora afirmassem não saberem nada sobre o dinheiro. Lula qualificou o episódio como obra de uns poucos “aloprados” sem importância, mas pelo menos dois membros do grupo eram diretamente subordinados a ele e pertencem ao seu círculo de amizades.

E como tem andado essa história? Conforme o trecho de reportagem abaixo:

"O comando do PT já deu início a ações para tentar evitar a divulgação de novas informações a respeito do escândalo do dossiê dos aloprados. Na segunda-feira, o petista Expedito Veloso – que, em gravações às quais VEJA teve acesso, admitiu o envolvimento do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, na fabricação de um falso dossiê contra o tucano José Serra, em 2006 – foi orientado a se calar. De acordo com o jornal O Globo, a ordem partiu do presidente da sigla, Rui Falcão.

O acordo de silêncio foi acertado em um telefonema, segundo informou ao jornal a assessoria de Veloso, que hoje trabalha como secretário-adjunto na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal. O que o petista já disse até agora, porém, foi suficiente para implicar Mercadante como o cabeça da operação que teve como objetivo prejudicar Serra em meio à campanha eleitoral. Em entrevista a VEJA, Veloso admite que Mercadante encomendou o material, em conluio com o ex-governador Orestes Quércia. Nas investigações sobre o caso, a PF colheu 51 depoimentos, realizou 28 diligências, ordenou cinco prisões temporárias, quebrou o sigilo bancário e telefônico dos envolvidos, mas não chegou a lugar algum" (Veja, 21 de junho de 2011).

No Brasil, esse tipo de investigação nunca leva a nada, apesar de a ocorrência do crime ser indubitável, como prova o dinheiro apreendido. E qual foi o crime? Dinheiro sujo foi reunido para comprar um dossiê falso que serviria para acusar Serra e Alckmin de crimes que eles não cometeram. A semelhança com as mentiras que os nazistas fabricavam para justificar a perseguição aos judeus não é mera coincidência: é a demonstração indiscutível de uma identidade de métodos de propaganda.

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VEJA ON LINE. Dossiê dos aloprados: PT manda Expedito Velloso se calar. 21 jun. 2011. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/dossie-dos-aloprados-pt-manda-expedito-veloso-se-calar Acesso em: 21 jun. 2011.

OBS.: Publicado originalmente em 30 de junho de 2011 no site Geografia em Debate

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