sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Editorial da Gazeta alerta: "Por um Enem sem ideologia"

O jornal Gazeta do Povo publicou estes dias um excelente editorial contra a ideologização do Enem. O questionamento se concentrou na prova de redação, que é particularmente importante para os alunos. O fulcro do problema está na possibilidade de um aluno zerar nessa prova se emitir opiniões que se contraponham aos "direitos humanos", mas num contexto em que o próprio governo já definiu, com base em ideologias políticas, o que entende por "direitos humanos". 

O texto completo pode ser lido aqui. Abaixo, destaco um parágrafo que sintetiza a crítica do jornal:



À primeira vista, pareceria não haver problema algum em pedir "respeito aos direitos humanos" na redação do Enem; no entanto, o governo federal tem uma visão muito peculiar do que sejam direitos humanos, expressa na terceira edição do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), objeto do Decreto 7.037/2009, atualizado pelo Decreto 7.177/2010. Nesse plano, o governo federal não aborda apenas temas consensuais na sociedade brasileira, como a condenação ao racismo ou à violência contra a mulher, mas também impõe uma série de visões sobre assuntos controversos, como a defesa do direito ao aborto, questões relativas à identidade sexual, à relativização do direito à propriedade rural e ao controle dos meios de comunicação, plataformas dos partidos de esquerda atualmente no poder. O governo federal só mitigou alguns trechos do PNDH3 após forte reação popular.

2 comentários:

  1. Diniz, não há só excesso ideológico na confecção do Enem, também há uma incompetência explícita na metodologia de avaliação do exame. Veja este caso:

    Excesso de ideologia no Enem e falha na metodologia de avaliação do Enem:

    Falha metodológica patética do Inep: As 300 melhores escolas do Brasil no Enem -http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/as-500-melhores-escolas-do-pais-no-enem via @exame_com

    Que a escola Objetivo falte com a ética, infelizmente ocorre mesmo devido à brecha legal, pois não há mínimo necessário para avaliação. Daí, a direção da escola escolhe sua 'elite' para fazer a prova e, claro, sobe sua nota. MAS, que gestores e técnicos, teoricamente competentes, não conseguem estipular regras minimamente aceitáveis para avaliarem as escolas e não formarem vieses metodológicos é, simplesmente, patético. Esta é a "competência" digna dos populistas.

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    1. Números e classificações por desempenho têm realmente um efeito psicológico muito forte, como mostram os psicólogos. Daí essa mutreta do Objetivo para ter a "melhor" escola do país e fazer propaganda em cima disso. Mas é como você disse: como é que os técnicos do INEP não conseguem criar métodos de avaliação das escolas que sirvam para desmontar esse tipo de truque publicitário? Realmente, é patético!

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