quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sindicatos de professores universitários também não querem saber de bônus

Imagem publicada no blog do professor Adonai Sant'Anna
Um professor fez um comentário ao texto Pesquisas atestam o papel nefasto dos sindicatos de professores e, como a minha resposta acabou complementando a discussão feita ali com informações sobre a universidade, avaliei que seria interessante transformá-la em um post. Vejamos os questionamentos dele e, na sequência, a minha resposta.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CQD: Pesquisas atestam o papel nefasto dos sindicatos de professores

No texto Premiar os melhores professores, eu apresento uma série de críticas aos interesses corporativistas manifestos na retórica utilizada pela Apeoesp para repudiar a política de gratificação de professores executada pelo governo do estado de São Paulo. Trata-se de uma análise argumentativa que, ao pôr em destaque as contradições e truques retóricos dos sindicalistas e de seus paus mandados no jornalismo, revela o interesse daquela corporação em preservar o pacto de mediocridade que impera em nossas escolas. E há muitas evidências empíricas que corroboram as conclusões a que cheguei nessa análise, como se lê num ótimo artigo publicado estes dias por Gustavo Ioschpe. Embora sem mencionar os sindicatos, o autor apresenta resultados de pesquisas quantitativas para desmontar certos lugares comuns que os sindicalistas dessa categoria usam em sua pregação. Sendo assim, apresento abaixo duas alegações muito repetidas por sindicatos como a Apeoesp e as informações de pesquisas citadas por Ioschpe que justificam as minhas contestações:

domingo, 18 de novembro de 2012

Quando a ciência dos livros didáticos é só preconceito

Uma das funções essenciais do ensino fundamental e médio é transmitir aos alunos um conhecimento introdutório sobre algumas teorias científicas acerca de fenômenos naturais e sociais. Daí ser importante selecionar teorias já devidamente provadas pelos métodos científicos para elaborar os conteúdos didáticos. No caso das ciências naturais, isso não representa um grande problema, ao menos nos dias atuais, porque as teorias são testadas exaustivamente por experiências controladas e por observações empíricas. Já no caso das ciências sociais, aí incluída a geografia humana, a questão é bem mais complicada. Na impossibilidade de validar objetivamente as teorias por meio de experimentos, e uma vez que as observações empíricas costumam deixar muitas dúvidas sobre quais são os fatores causais envolvidos na explicação de um fenômeno, bem como sobre a contribuição específica de cada fator, a validação acaba sendo feita pela formação de consensos entre os pesquisadores. 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Elio Gaspari é outro Sarney do jornalismo

Quando a incoerência dos argumentos usados por um jornalista para defender suas preferências ideológicas e partidárias é tão grande que toca as raias da desonestidade intelectual, é sempre o caso de perguntar se o autor tem um apego dogmático às suas convicções ou se ele está produzindo retórica para defender ideias e forças políticas nas quais ele próprio não acredita. É o caso de Mino Carta e de Paulo Henrique Amorim, jornalistas que, emulando o adesismo de políticos como José Sarney, estão sempre ao lado dos poderosos, sejam eles ditadores militares, Orestes Quércia, FHC ou o PT (ver aqui). 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vem aí "Por uma crítica da geografia crítica"

Acho que nunca fiquei tanto tempo sem publicar post novo. É que os últimos dias foram corridos, entre outras razões, pelos preparativos finais para a publicação do livro Por uma crítica da geografia crítica, pela Editora da UEPG. Essa obra complementa os trabalhos que publiquei sobre a geocrítica desde 2001, conforme eu explico resumidamente no texto que acabei de preparar para a contra capa. Assim, decidi compartilhá-lo com os leitores deste blog, conforme segue:

Ruy Moreira afirma e insiste que a geografia crítica nunca existiu como corrente de pensamento. Por sua vez, Ana Fani assegura que a geocrítica existe, mas lamenta que, depois das conquistas teóricas dos anos 70 e 80, entrou em refluxo. Enquanto isso, geógrafos de projeção, como Rogério Haesbaert e Marcelo Lopes de Souza, recusam o rótulo de geocríticos e afirmam não ter a preocupação de classificar seus trabalhos em qualquer corrente. Mas estão todos errados. A geocrítica não só existiu como está mais forte do que nunca, sendo hegemônica na geografia brasileira atual. Tanto que Haesbaert e Souza reproduzem os pressupostos da geocrítica em seus trabalhos e, mesmo assim, não se assumem como geocríticos e nem são vistos desse modo por seus pares. O motivo disso é que, hoje, as teses da geocrítica são vistas como verdades tão óbvias que culpar o capitalismo e a democracia representativa pela violência urbana, pela pobreza, por problemas ecológicos ou de qualquer outro tipo é o mesmo que dizer “Cabral chegou ao Brasil em 1500”. Nesse contexto, a missão deste livro é demonstrar a hegemonia da geocrítica no cenário contemporâneo e analisar criticamente seus pressupostos teórico-metodológicos e políticos, manifestos na pesquisa acadêmica, nas propostas de planejamento e também no ensino. Trata-se, pois, de um convite a refletir sobre o que foi e o que é essa tendência da geografia que se fez dominante ao ponto de tornar-se quase invisível.   

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Hobsbawn merece as críticas que recebeu

Num país onde o marxismo ainda faz tanto sucesso na academia e nas escolas, como é o Brasil, o historiador Eric Hobsbawn é uma autêntica vaca sagrada, um intocável do mesmo nível de uma Marilena Chauí, uma Maria da Conceição Tavares, um Milton Santos, um Emir Sader. Felizmente, porém, Demétrio Magnoli publicou um artigo que põe o sujeito em seu devido lugar: o de um historiador que aproveitou a notoriedade acadêmica conquistada com obras como a trilogia das "eras" para tecer mentiras justificadoras do genocídio praticado pelos socialistas, especialmente por Stálin, e apresentá-las como se fossem conclusões de estudos científicos sérios.