Um comentário feito ao post A escola oculta o genocídio socialista! diz o seguinte: "porque os estudantes liberais não disputam o movimento estudantil? Seria um bom espaço para o debate". Na verdade, não seria, conforme já discuti em outros textos deste blog.
Ora, se a política estudantil se concentrasse naquilo que realmente interessa aos estudantes, e que está ao alcance da intervenção de suas organizações de representação, o alinhamento ideológico dos alunos não teria a menor importância. De fato, se os centros acadêmicos e DCE's se dedicassem a debater e a influenciar em questões acadêmicas e profissionais, e com o objetivo de melhorar a qualidade da formação profissional e da pesquisa científica, não faria diferença alguma se os integrantes de uma determinada gestão são socialistas, anarco-capitalistas ou monarquistas.
Sendo assim, só faz sentido uma gestão de centro acadêmico ou de DCE abordar a questão do genocídio praticado pelos regimes socialistas no contexto de um debate sobre o problema da doutrinação ideológica em nosso sistema de ensino, a qual é uma questão acadêmica. Mas debater o genocídio em si mesmo no âmbito dessas organizações significa perpetuar o que já acontece na representação estudantil, ou seja, desperdiçar esforços com questões políticas e ideológicas que não dizem respeito à melhoria da qualidade do ensino e da pesquisa nas universidades. Já comentei isso com base em um exemplo concreto no post Estudantes miram o Brasil e não acertam nem na sala ao lado.
É por conta da politização e partidarização acachapantes do dito "movimento estudantil" que os estudantes preocupados com questões profissionais acabam muitas vezes preferindo substituir a representação estudantil pela internet como canal para tratar desse tema. Aconteceu isso aqui no Departamento de Geografia da UFPR, quando alguns alunos resolveram criar o Grupo Geocorp.
Finalmente, vale mencionar que já existem alguns grupos de alunos que não são de esquerda e que decidiram disputar espaço nas organizações de representação estudantil. No caso da UnB, a chapa Aliança pela Liberdade venceu a eleição para o DCE e está agora concluindo sua gestão. Mas essa vitória não foi positiva por conta do alinhamento ideológico dos integrantes da chapa, e sim pelo compromisso assumido de fazer uma gestão apartidária e não-ideológica. Quem quiser conhecer mais sobre essa experiência, é só clicar aqui. Abaixo, reproduzo o texto que resume os princípios defendidos por essa gestão.
A Gestão Aliança pela Liberdade tem como princípio norteador de seus trabalhos a excelência acadêmica permeada pela liberdade. Defendendo causas internas à Universidade de Brasília, a atual gestão não defende nenhuma bandeira partidária. Por acreditar que partidos políticos somente atrasam a melhora efetiva do ambiente universitário, ao imputar suas pautas sobre o movimento estudantil, nenhum coordenador do atual Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães é filiado.A liberdade é um princípio nosso. Pregamos uma Universidade e um movimento estudantil livre de ideologias fixas, que podem vir a esconder o que é melhor para a comunidade acadêmica como um todo. As bandeiras da Esquerda ou da Direita não são, e nem serão, levantadas. A Gestão Aliança pela Liberdade é por excelência pragmática, e por isso defende aquilo que dê resultados efetivos aos estudantes que representa.Somos estudantes antes de tudo. Assim, nos focamos na resolução de problemas cotidianos e na melhoria da comunidade acadêmica, para permitir que a UnB cumpra sua missão: “produzir, integrar e divulgar conhecimento, formando cidadãos comprometidos com a ética, a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável.”Defendemos a supremacia de direitos e liberdades individuais, na defesa das minorias, no respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, no Estado de Direito, na igualdade de todas e todos perante a lei e no direito inalienável que cada indivíduo tem de escolher seu próprio destino.Venha construir conosco este DCE.
Vivemos uma época de intensa doutrinação dessa pseudo-esquerda.Parabéns pela coragem e pelos textos do blog.
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