terça-feira, 30 de abril de 2013

Neurociência demole construtivismo

Já li várias vezes que o Brasil é o único país do mundo onde o construtivismo é levado a sério e que esse é um dos motivos que explicam a baixa qualidade do nosso ensino. Em vista disso, resolvi compartilhar aqui uma passagem de entrevista concedida pelo neurocientista Stanislas Dehaene, o qual acusa a ineficácia do construtivismo e de outros métodos "globais" de alfabetização. Aliás, embora a entrevista não fale nada sobre o mal chamado "método Paulo Freire de alfabetização de adultos", vale lembrar que este é do tipo global!

Boa leitura!

terça-feira, 23 de abril de 2013

O perfil ideológico dos professores

Trabalho com o conceito de que ideologias são concepções de mundo carregadas de valores e que visam orientar politicamente as ações e a organização da sociedade. Os geógrafos, embora se orgulhem de proclamar que a geografia é uma ciência integradora de conhecimentos e extremamente diversificada nos seus temas e métodos de estudo, mostram-se bastante homogêneos em termos de ideologia: os debates se dão entre diferentes visões de esquerda, e não passa muito disso. 

sábado, 20 de abril de 2013

Ministério Público tem funcionado como aliado objetivo do PT

É bobagem dizer que o Ministério Público Federal - MPF, teve papel importante na condenação dos mensaleiros. O mérito se deve exclusivamente ao Supremo, que mudou sua jurisprudência para poder condenar os réus com o que a peça acusatória oferecia. Isso não quer dizer que o PT controla o MPF, é óbvio. Há promotores que exigem que se dê aos suspeitos desse partido o mesmo tratamento que é dado aos políticos de outras siglas. Mas, no frigir dos ovos, os efeitos das ações e inações do MPF têm beneficiado o PT e, às vezes, prejudicado pessoas inocentes, como Eduardo Jorge. Já tratei disso em outros textos, mas não vou retomá-los agora. Quero apenas reproduzir parte de um artigo que demonstra, sem qualquer dúvida, que o MPF foi implacável com os governos anteriores e, digamos assim, tolerante com os petistas. Boa leitura!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A pisada no tomate foi dupla!

Os dois mandatos presidenciais de FHC foram marcados por uma tensão entre o ministro da Fazenda, Pedro Malan, conhecido por suas ideias liberais, e os economistas de tendências mais intervencionistas que atuavam junto ao governo. Eram esses os casos dos irmãos Luís Carlos e José Roberto Mendonça de Barros, de Lídia Goldenstein e, mais do que todos, de José Serra. 

Serra é um economista de esquerda influenciado pela Cepal (organismo no qual já trabalhou) e, como tal, defende duas teses básicas: a) a competitividade internacional das empresas não depende apenas dos estímulos da livre concorrência, mas também de estímulos criados e controlados pelo Estado; b) o desenvolvimento depende da constituição de um parque industrial expressivo, diversificado e setorialmente integrado.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Agradeço as lições de Margaret Thatcher

Margaret Thatcher se elegeu primeira-ministra do Reino Unido em 1979, quando eu era adolescente, e ficou no cargo até 1990, quando eu estava concluindo a faculdade e já trabalhando como estagiário da Fundação Economia de Campinas - Fecamp. Por conta do que aprendi no ensino médio e também na universidade, tinha uma visão bastante negativa dela à época. Embora em 1990 eu já tivesse rompido com a ideia de socialismo, continuava bastante influenciado pelas teorias utilizadas no Instituto de Economia da Unicamp, as quais se baseiam principalmente em Marx e Keynes, mas também em algumas teses cepalinas, para propor a necessidade de uma forte intervenção do Estado na economia e na distribuição de renda. 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Relembrando o "modelo econômico" que era "contra tudo isso que está aí"

O PT atravessou seus vinte primeiros anos se dizendo "contra tudo isso o que está aí" e prometendo mudanças econômicas e sociais profundas. Mas nunca esclareceu qual seria o novo "modelo econômico" que implantaria em substituição a "tudo isso". A falta de clareza tinha causas diferentes em cada ala do partido, mas não vou detalhar isso agora. A ideia aqui é fazer um resumo do que deveria ter sido a política econômica e industrial de um partido "contra tudo isso o que está aí" para então falar das mudanças recentes realizadas por Dilma.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Professores fazem doutrinação por terem sido igualmente doutrinados

Aqui está outro post que escrevi para dar uma resposta mais elaborada a um comentário, o qual foi publicado em Geografia escolar despreza a boa ideia de Yves Lacoste. Vejamos o inicio do comentário:
Não concordo que na maior parte das vezes quem escolhe o livro é o professor. Isso não ocorre nem mesmo nas escolas públicas, onde, EM TESE, o professor escolhe 3 livros e o Estado escolhe o mais viável (barato). Mas na prática, nem isso acontece, mesmo esse processo, em que os livros são pré-selecionados pelo Estado e depois pelo professor, não costuma ocorrer assim. Nas particulares então nem se fala, a maioria já trabalha com seus livros e metodologias, às quais os professores se adaptam, quando não adotam sistemas de ensino apostilado. Nesses escolas, quanto mais conceituadas a tendência é maior, muitas vezes os professores nem tem muita opção de acreditar ou não nas visões distorcidas dos livros, simplesmente não podem descredibilizar o material didático que costuma ser um trunfo das escolas, suas supostas garantias de qualidade.
[...] O seu terceiro parágrafo eu concordo, mas não acho que sejam tantos os professores que defendem o PT tão abertamente.

sábado, 6 de abril de 2013

Steven Pinker e o debate Rousseau versus Hobbes

Li estes dias um excelente artigo de Steven Pinker sobre os condicionantes da agressividade - autor citado na seção de comentários do post Brasil prova que desigualdade não gera violência. Após um preâmbulo sobre o sentido pejorativo que os termos "darwiniano" e "hobbesiano" vieram a adquirir, bem como uma introdução à moderna biologia evolutiva, o texto faz uma síntese da teoria elaborada por Thomas Hobbes em seu clássico Leviatã, de 1651. Nesse livro, Hobbes discute a "natureza do homem" e indica os três estímulos que o levam à violência, quais sejam:
  • Competição: a violência praticada visando algum tipo de ganho, a satisfação de um interesse
  • Difidência: a violência com finalidade de defesa - na época de Hobbes, essa palavra significava mais "medo" do que "segurança"
  • Glória: nas palavras de Hobbes, é a luta motivada "por ninharias, como uma palavra, um sorriso, uma opinião diferente e qualquer outro sinal de desapreço"

terça-feira, 2 de abril de 2013

Arrogância dos professores

Se um professor do ensino fundamental e médio ler a minha tese e argumentar contra as conclusões que estão ali, eu jamais vou responder: "como alguém que nunca fez nem mestrado pode questionar um trabalho de pesquisa em nível de doutorado? Continue na sua sala de aula, gritando com adolescentes espinhentos, e deixe a pesquisa científica para quem entende do assunto". E eu não responderia assim porque isso implicaria lançar mão de um artifício retórico tão odioso quanto rotineiro, que é o argumento de autoridade. Mas os professores do ensino médio não hesitam em desqualificar argumentos desse modo, conforme exemplifica um comentário ao post Vesentini entregou o jogo sem querer, o qual reproduzo abaixo: