terça-feira, 2 de julho de 2013

CQD: Ceder à violência gera mais violência, como prova o MUBC

Como queríamos demonstrar no texto Alckmin e Haddad sabem que ceder ao fascismo gera mais fascismo, mas..., a decisão política de reduzir as tarifas de transporte público iria estimular mais atos de violência e de vandalismo. E eles, mesmo sabendo disso, calcularam que o custo político de não ceder seria ainda maior, já que houve tolerância de grande parte da imprensa e da opinião pública com os desmandos praticados e repúdio à ação da polícia. Ao invés de agirem movidos pelo princípio de fazer valer a ordem democrática, mantendo-se firmes na posição inicial de não ceder, preferiram o cálculo eleitoral.


Bem, as pesquisas do Datafolha revelam que a avaliação do governo Alckmin caiu significativamente, mas os maiores perdedores foram Dilma - uma velocidade de queda de aprovação que não se via desde que Collor confiscou o dinheiro da poupança - e Fernando Haddad. Isso pode ser um indício de que o cálculo eleitoral acabou sendo um tiro que saiu pela culatra, embora seja impossível saber qual teria sido a trajetória dos índices de aprovação caso os fascistoides convocados pelo MPL não tivessem sido atendidos.

Ceder à truculência da extrema esquerda poderia ter dado mais certo - politicamente falando, já que, administrativamente, aumentar o subsídio das tarifas é um desastre de qualquer jeito - se a reivindicação em pauta continuasse a ser somente a redução das tarifas. Mas o que ninguém esperava é que, havendo tantas demandas sem adequada representação político-partidária, as marchas iriam ganhar volume e adquirir tonalidades fascistoides alimentadas pela condescendência com os desmandos iniciais. Agora, todos se valem do bloqueio de avenidas e rodovias na confiança de que violência e chantagem compensam, uma vez que a polícia não age como deveria e os governantes cedem. Prova disso são os mais de vinte bloqueios de estradas levados a cabo pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro - MUBC em diversos estados, os quais provocaram pelo menos dez mortes (ver aqui)!

Sabendo que os danos econômicos causados pela chantagem do MUBC são imensos (especialmente considerando que a economia já vai mal desde o ano passado), o governo Dilma agiu de uma forma que políticos e intelectuais do PT, se estivessem na oposição, chamariam de autoritária, conforme segue:
No domingo, a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu liminar que impede o MUBC de realizar manifestações que interrompam o tráfego nas rodovias federais. A decisão vale para todo o Brasil. O descumprimento pode render multa de 10.000 reais por hora para o MUBC (detalhes aqui).
O Brasil carece de líderes que se empenhem em fazer valer as instituições democráticas, tanto do lado do governo como da oposição. E as décadas de violência, destruição e desperdício de dinheiro público gerados pelos movimentos de "luta pela terra" e pela política de reforma agrária não foram suficientes para que grande parte da imprensa e da opinião pública criasse anticorpos contra ações autoritárias e violentas dos ditos "movimentos sociais". Diante disso, só resta a quem tem lucidez insistir na ideia de que, em regimes democráticos, como ainda é o caso do Brasil, os fins não justificam os meios.

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