quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ioschpe: Aécio tem melhor programa para educação

Gustavo Ioschpe é, sem sombra de dúvida, um dos melhores especialistas brasileiros em educação. E ele acabou de fazer uma análise objetiva e ponderada dos programas dos três principais candidatos à Presidência para essa área. 

Conforme ele ressalta logo no início no texto, avaliar os programas para a educação não implica fazer uma declaração de voto e nem uma análise global dos candidatos e de suas propostas de governo. E ele está certo nisso, é claro. Mas também é inegável que, sendo o aumento da qualidade da educação crucial para o desenvolvimento econômico e para consolidar o regime democrático, devemos dar uma importância bastante grande às propostas feitas pelos candidatos nessa área.

Sinteticamente, Ioschpe conclui que as melhores propostas são de Aécio Neves, que as de Dilma ficam em segundo lugar e que as piores de todas são as de Marina Silva. Quem desejar ler o artigo todo, que é um pouco extenso, só precisa clicar no link abaixo indicado. Na sequência, seleciono algumas passagens especialmente esclarecedoras.

Boa leitura!

sábado, 20 de setembro de 2014

Redução da desigualdade começou com FHC e foi revertida pelo PT

Fonte: Hoffman, 2006

O gráfico acima foi elaborado com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - PNAD, e consta de um amplo estudo do Ipea sobre a desconcentração de renda no Brasil. O processo começou em 1995, um ano após a entrada em vigor do Plano Real, e se acelerou a partir de 2001. Com a chegada do PT ao poder, o processo teve continuidade no ano de 2003, mas acompanhado de aumento da pobreza: é que parte das pessoas que já tinha ultrapassado a linha de pobreza voltou a ser pobre, diminuindo a desigualdade entre a população de renda média baixa e a população mais pobre. Já no biênio 2004-2005, a pobreza voltou a cair com velocidade semelhante àquela dos anos 1994-1995, e a queda da desigualdade prosseguiu. Contudo, já naqueles anos se notava uma desaceleração desse processo, como aparece claramente em todas as curvas do gráfico.

E dali para frente? Muito ao contrário do que dizem os petistas, a concentração de renda voltou a crescer com o PT no poder! Uma pesquisa elaborada pelo Ipea demonstra que, entre 2006 e 2012, a fatia que os 5% mais ricos detinham na renda total do país passou de 40% para 44%. Essa pesquisa usou informações do imposto de renda, sendo, portanto, mais precisa do que os dados da PNAD. É que os dados da PNAD provém de informações transmitidas oralmente pela população aos pesquisadores, o que acaba gerando distorções por conta da subjetividade das respostas. O cruzamento das informações da Receita Federal e da PNAD mostra, aliás, que as pessoas de alta renda são as que mais distorcem as informações, subestimando os valores.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

PT não tem mérito nenhum. Ou: uma lição para Alexandre Schwartsman

Quando petistas querem criticar alguém, não importa quem seja, usam linguagem agressiva, negam que o alvo escolhido tenha qualquer mérito ou qualidade, falam como se fossem moralmente superiores (apesar de seu telhado de vidro já estar completamente espatifado...) e não hesitam um segundo em inventar todo tipo de mentira descarada. É uma postura coerente com o modo de pensar de marxistas e pós-modernistas: já que não existe neutralidade política na ciência, no ensino, no jornalismo, etc., então é justo mentir e caluniar em nome da causa socialista! 

De outro lado, os analistas que criticam o PT parecem se ver na obrigação de mostrar pontos elogiáveis no partido para provar que fazem análises objetivas, confiáveis, sem viés partidário. O resultado é que o PT acaba recebendo um tratamento indulgente, pois é julgado com critérios que não são aplicados aos seus adversários e ainda colhe elogios que não merece.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

CQD: Aécio poupou o governo e está em terceiro! Não foi só azar, não

Tempos atrás, joguei uns tomates num texto de Alberto Carlos Almeida que, com um governismo mal disfarçado, elogiava Aécio Neves por não fazer uma oposição firme ao governo Dilma. Conforme escrevi, "[...] no artigo O jeito Aécio de fazer oposição (Época, n. 720, 05 mar. 2012), Almeida realmente fez aquilo de que tem sido acusado, ou seja, largou mão do rigor para fazer pseudo-análises políticas cujas conclusões só servem para deixar o governo Dilma sair bem na foto. Ele diz que não faz sentido atacar um governo tão bem avaliado e chama aqueles que cobram uma postura mais oposicionista do tucano Aécio Neves de 'intelectuais', ou seja, uma minoria da elite. Depois, afirma que Aécio é um político mineiro muito sábio por ficar fazendo média com o governo a fim de ganhar votos, como se o objetivo de um político devesse ser apenas vencer eleições, e não contribuir para gerar mudanças político-ideológicas e de valores no médio e longo prazos".


Embora eu não possa dizer que tenho muita informação sobre a gestão de Aécio em Minas, o que já li a respeito me deixou com uma impressão positiva, na medida em que seu governo mostrou compromisso com a responsabilidade fiscal, a eficiência administrativa e os valores republicanos. E a estratégia de poupar o governo Dilma de críticas tinha uma lógica que o texto de Almeida, malandramente, escondeu. É que Almeida dava a entender que Dilma tinha boa avaliação por fazer um bom governo, quando a razão era bem outra. Dilma era bem avaliada porque, embora o boom econômico internacional dos anos 2003-2007 já tivesse terminado, os governos do PT ainda eram capazes de elevar a renda de pobres e remediados por meio de aumentos reais do salário mínimo e da expansão do Bolsa Família. Isso era possível graças ao corte de investimentos, à elevação da carga tributária e a um relaxamento cada vez maior da meta de superávit primário e do controle da inflação. Hipotecaram o futuro com populismo.